quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

DESOBEDIÊNCIA ?


"Li os seus posts, especialmente O Valor do Reforço e Sexo Precoce e até fiz um comentário
apreciativo à espera que pudesse resolver o meu problema, isto é, o problema que o meu filho está a criar. Contudo, não consigo delinear a medida correcta para a situação.
Posso dizer que o meu filho está no 8º ano, tem 14 anos, é filho único, dá-se bem connosco e eu dou-me bem com o meu marido. Não temos dificuldades financeiras e ele tem acesso a muitos «bens de consumo extraordinário» agora utilizados por todas as crianças com posses.
Queria ir com ele a um psicólogo mas ele não aceita a ideia, nem que seja para um exame de orientação. Diz que quer ir para a biologia. Eu vivo no Norte e, como tenho o seu endereço electrónico, o meu marido aventou a hipótese de utilizarmos este meio para pedir uma informação. Já consegui comprar os seus livros sobre modificação do comportamento mas não consigo acertar nas medidas a tomar.
O rapaz quer agora passar muito tempo fora de casa, não aceita os nossos conselhos que seguia até

há pouco tempo e parece que tem um namorico porque os colegas também têm.
O que posso fazer, isto é, tanto eu como o meu marido? Não digo o meu nome porque algum dos seus conhecidos me pode conhecer mas vou ficar atenta ao seu
blog."

Recebi o seu e-mail e lembrei-me duma pergunta que um casal amigo me fez sobre a desobediência. Já que tem os livros sobre modificação do comportamento, sugiro que leia também Adolescência: idade crítica?
E, se possível, compreenda a história da Joana e sua família que está descrita também em outros três livros que constituem uma sequência.
O seu filho deve estar a entrar na adolescência e pode querer «afirmar a sua personalidade». Quando uma pessoa chega a um determinado momento e deixa de ser criança ou adulto e sabe que não é nem uma nem outra coisa, pode entrar em conflito consigo própria.
Pode ser isso que esteja a acontecer com ele.

Se ele sempre se deu bem com os pais, se os pais são seus amigos e não apenas progenitores, a grande oportunidade que existe agora é compreender a sua situação, não contrariar mas ajudá-lo a mudar de rumo se alguma coisa correr mal. Em vez de ordens podem ser dadas sugestões, talvez até em jeito de perguntas de satisfação irrecusável, para serem logo «premiadas», disfarçadamente, logo que sejam executadas ou bem recebidas. É importante que ele sinta que quem «manda» nele é ele próprio. Nisto, os dois pais têm de não se contradizer ou contrariar. Todas as acções devem ser previamente combinadas. Para tanto, têm de compreender e «deslindar» qual é o reforço para o filho num determinado momento. Se houver uma aproximação dele em relação aos pais como se fossem amigos, o problema pode ficar resolvido e até pode ser que o actual namorico não progrida se não for uma «amizade» muito séria e mais importante do que a dos
pais.

Se não houver esta aproximação dos pais, pode ser que essa amizade sirva para entrar no mundo dos adultos e independentes ao qual ele deve começar a pertencer dentro de algum tempo. Mas é bom reler os outros dois posts porque o «perigo» pode estar à espreita. Também até seja bom os pais lerem ou relerem os «casos» descritos nos livros e nos outros posts deste blog.
Caso o rapaz tenha sido sempre habituado a desobedecer, o que não é raro nos dias de hoje, a situação pode ser bastante diferente e os pais terão de compreender que só através do reforço do comportamento incompatível poderão tentar mudar essa situação, fazendo com que ele tenha reforço quando conseguir ou desejar os conselhos ou sugestões dos pais. Estes não se podem contradizer e devem ter acções concertadas. É também bom ver a técnica da moldagem.
Se a desobediência for apenas uma «moda», facilmente desaparecerá com um contacto mais amplo e reforçante com os pais. É a estes que compete iniciar a acção e manterem-se firmes e disponíveis para todas as eventualidades. É bom não esquecer que terão de ser feitos muitos sacrifícios deixando para segundo plano muitas actividades mais agradáveis para os mais velhos, o que nem sempre acontece, não é desejável e, às vezes, nem é possível ao fim de um dia de trabalho.
O contacto tem de ser permanente para, além dos estudos e divertimentos aceitáveis, evitar que a mente do rapaz se ocupe ou preocupe com outras coisas e ideias que não interessam mas que nunca se devem «proibir».
Espero que tenha respondido ao essencial mas, se necessitar de aprofundar as ideias, ficarei ao dispor para qualquer outra informação.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R),
destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.


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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

SEXO PRECOCE

Quando acabei de ler este post fiquei com vontade de perguntar se posso fazer alguma coisa pelo
meu filho de 15 anos que, de repente, começou a sair com uma rapariga que me parece estouvada. Não tenho mais filhos e o meu marido, de 40 anos, está também com uma rapariga cerca de 10 anos mais nova do que ele. Estou com medo de que o meu filho se envolva com a rapariga com quem está a relacionar-se, às escondidas e de forma pouco clara. Receio um «desastre» e, depois, em vez de um problema (o do meu marido) vou ter mais dois (o do meu filho e de qualquer «resultado» deste seu relacionamento). Gostaria de receber uma «dica» que me pudesse orientar «à distância» já que o meu emprego, embora não mal remunerado, deixa pouco tempo para «divagações».
Anastácia Campos”

D. Anastácia Campos,
Ao «vistoriar» o meu blog deparei com o seu comentário que acabo de transcrever e que vem ao encontro de uma proposta que me foi feita há bastante tempo por uma pessoa amiga que gostaria que eu falasse neste tema também preocupante para a senhora.
No seu caso ou, melhor dizendo, no caso do seu filho, parece que é um assunto muito sério. O seu marido não está «em casa» para poder oferecer ao filho um modelo de identificação necessário na idade dele. O rapaz está na puberdade e qualquer estímulo sexual pode ajudá-lo a «desequilibrar-se». Se a rapariga é meio estouvada, a situação pode ser ainda pior. Locais e ocasiões não irão faltar. Um óbice muito grande é a pouca disponibilidade de tempo da senhora. E paciência? Terá a suficiente?

Tudo o que eu disse à outra senhora (Celina) também é válido para si. A literatura sugerida também. Além disso, fica aqui aquilo que não lhe disse e que aventei no final
daquela resposta.
O importantíssimo, neste caso, é utilizar o «reforço do comportamento incompatível».O seu receio de sexo precoce pode ser o resultado de tentativas do seu filho em obter a satisfação temporária, mas urgente, duma necessidade de afectividade que não consegue obter no contacto com os pais ou com a sua família.
Pela descrição que me faz da situação, parece-me que não estão muito próximos das vossas famílias originárias. Suponho que, nos estudos, o rapaz deve ter bons resultados. Mas a nível de afectividade, de convivência e inclusão familiar e de modelo de identificação? Onde irá buscar esses dados e valores?
O mínimo que a senhora pode fazer é «arranjar» tempo para estar com ele, conversar muito sobre a
família, não criticar o pai dele mas mostrar que ambos podem ter tido momentos de falha «conjugal». É muito importante que ele comece a compreender estes problemas. Ajude-o a compreender que a escolha conjugal é um assunto sério, a não ser que se constituam famílias em que os filhos irão sofrer com uma união deficiente. É bom frisar este ponto dizendo que mesmo as boas escolhas podem falhar, quanto mais as precipitadas. E, no vosso caso, não foi qualquer «precipitação». Tudo isto tem de ser muito bem conversado. Se não conseguir, pode ter de encarar tardiamente o «desastre» que não deseja, além de ter a necessidade de consultar um psicólogo durante muito tempo. Melhor é prevenir e prevenir-se não deixando que «as coisas aconteçam».
Veja se consegue também, com a sua companhia ou com outras tarefas, reduzir o tempo de permanência do filho com a rapariga, pelo menos, as possibilidades de contactos
mais íntimos. Mas, não fale mal da rapariga.
Em todas as acções em que o seu filho se empenhar longe da rapariga aplauda-o e encoraje-o a prosseguir. Se conseguir um bom «hobby» ou um desporto absorvente será muito melhor.
Mas não se esqueça, essencialmente, que a companhia da mãe deve ser muito importante para ele, sem sermões ou recriminações, mas com uma amizade de confiança e apoio.
Boa sorte em lidar com esta situação muito melindrosa.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.


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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O VALOR DO REFORÇO

"Li o seu post e lembrei-me de perguntar se me pode ajudar a apoiar o meu filho de 15 anos a ter
mais cuidado com a escrita. Dá muitos erros ortográficos. Contudo, gosta imenso de história, ecologia e de biologia. Quase que me obriga a ver com ele os programas da TV ao fim de um dia de cerca de 10 horas de trabalho cansativo. Poderá dar-me alguma ajuda?Agradeço antecipadamente."
Celina Fortuna.


Acabei de ler o seu comentário enquanto «navegava» na internet e vou tentar dar as indicações que me são possíveis.
Não sei qual o ano de escolaridade que o seu filho frequenta, mas julgo que deverá situar-se entre o 7º e o 9º ano.
Portanto, se ele chegou a esse patamar sem deficiências, julgo que o seu nível intelectual deve ser «normal» para poder frequentar qualquer curso médio ou superior. Se assim
for, penso que tem a vantagem de não ter de fazer uma orientação vocacional.
Se, como mãe, tem a ambição natural e «normal» que o seu filho escreva bem a sua língua materna, está no seu direito (e obrigação?).
Já deve ter compreendido que o reforço do seu filho é inteirar-se sobre assuntos de ecologia, biologia e história e ter a sua companhia ou a demonstração do seu interesse por esses assuntos.
O que posso dizer sobre isso é aconselhá-la a ler atentamente pelo menos os 5 volumes de Como Modificar o Comportamento, da Plátano Editora, além de quaisquer outros que dêem exemplos do modo como podemos alterar o comportamento dos outros. Pode utilizat também o livro da JOANA (D).

No seu caso, como o reforço está quase determinado, deixe o seu filho ver os programas e, se possível, tente acompanhá-lo no início dos mesmos apesar de não o ter
incentivado para isso. Logo depois do início do programa, pode pretextar qualquer trabalho a fazer de imediato e pedir ao filho que faça uma pequena redacção ou resumo sobre aquilo que acabar de ver e que também a si interessa. Se ele quiser fazer um comentário, melhor ainda.
Depois, quando tiver tempo e disponibilidade, torna-se imprescindível que a senhora peça esses resumos ou comentários e, além de elogiar a sua elaboração, vá comentando com o filho as suas falhas de escrita, ortografia, caligrafia ou construção do texto mostrando as vantagens que, com a correcção dos mesmos, ele pode ter no futuro, quando for um bom investigador ou perito na matéria. Por isso, até o pode ajudar a corrigir os erros e pedir que ele continue sozinho a fazer o mesmo consultando dicionários, internet, etc.

Assim, com o reforço que lhe vai dar com a sua participação no evento, não quando ele deseja mas
quando é possível para si, pode conseguir que ele, na brincadeira, consiga melhorar um pouco na parte de escrita. Além disso, pode ter a vantagem de não ter de consultar um gabinete de orientação vocacional por ele já ter escolhido a sua futura profissão.
Ou será apenas a companhia da mãe que lhe interessa durante os programas de televisão? Se assim for, o problema é outro mas, nos livros de que falei, também pode descobrir uma nova forma de agir.
Veja bem como se aplicam as técnicas de moldagem e reforço do comportamento incompatível.
Pode consultar os meus posts com exemplos das mesmas.
O que mais desejo para si é boa sorte ou nova pergunta.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem
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