quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

AS ATRIBUIÇÕES


“No Domingo à noite vi a reportagem da SIC sobre a Joana e a Maddie e fiquei baralhado com a apresentação dos factos, investigações, conclusões e consequências que se tiraram e continuam a ser tiradas de casos que «bradam aos Céus» mas que parecem ficar a ter menor importância do que as pessoas vivas nelas envolvidas.
Embora não o conheça pessoalmente e também não deseje identificar-me, tenho visto o seu blog e o endereço nele indicado, o qual me vai servir para enviar esta mensagem em que lhe peço para dizer alguma coisa do seu ponto de vista (psicólogo) tal como respondeu anteriormente a José Carrancudo e a João Abelhudo.”


Senhor Não Identificável.
Recebi a sua mensagem há dias mas só hoje posso responder porque tive alguns trabalhos a fazer e não arranjei tempo disponível para «pensar» no seu assunto.
Antes de tudo, devo dizer que já «passei» por muitos locais da Internet e vi muitas mensagens e opiniões muito contraditórias sobre o assunto. Tudo o que se passou nos dois casos é complicado e não é à psicologia, mas sim à investigação criminal que compete dar alguma opinião sobre o assunto a não ser no campo da psicologia social.
Como não existem muitos vestígios concretos e evidentes e muito menos provas, os investigadores têm de seguir pistas que são «atribuições» que se vão fazendo à medida que se obtêm testemunhos, indícios ou evidências que possam conduzir a novas pistas.
Contudo, para falar em evidências válidas depois do «desaparecimento», acho estranho que a mãe da criança, segundo consta, não tenha telefonado imediatamente para a Polícia e se tenha preocupado, primeiro que tudo, em telefonar para familiares e/ou agência de notícias.
Custa-me também aceitar que as pessoas presentes no jantar não tenham conseguido «precisar» uma hora aceitável para indicar o momento em que a mãe de criança a foi tentar ver pela última vez.
Os testemunhos dos empregados e dos acompanhantes dos pais também parece que não são coincidentes. Segundo consta, houve empregados ou conhecidos que apresentaram versões diferentes das que circularam «oficialmente» nos meios de comunicação social. E parece-me até que os pais, mais do que todos, insistiram na hipótese do rapto. Porquê?
Também me custa admitir que as crianças tenham ficado «ao abandono» enquanto os pais jantavam quando dizem que elas sempre tiveram companhia em noites anteriores.
Donde e porquê veio o dinheiro para o fundo que existiu, neste caso, quando parece que pouca gente se interessa por outras crianças desaparecidas? O que foi feito desse «fundo» e como foi despendido? Com tanto «alarde» que os pais fizeram, não deveriam ter dado conta dessas «contas»?
A movimentação dos pais utilizando meios de comunicação social, assessores de imagem (especialmente o do Primeiro-Ministro da Inglaterra), vinda a Portugal de emissários ingleses a alto nível, intromissão dos pais nas altas esferas políticas e eclesiásticas, tardia constituição do casal como arguidos, sua rápida solução e quase desculpabilização, promessa deles de que não sairiam de Portugal enquanto não deslindassem o caso, seu rápido volte face em relação ao assunto, posterior tentativa de culpabilização da polícia portuguesa, ilações tiradas com o caso da Joana e actual posição de não ingerência, deixam-me sérias dúvidas sobre tudo isto.
Pais tão religiosos e amigos dos filhos, deixam-nos em casa a dormir sozinhos, sem qualquer companhia e vão jantar, durante horas, com «copos» e «amigos», a pelo menos 200 metros de distância e fora das suas vistas, sem qualquer preocupação? Isto não será negligência?
E se algum dos filhos se sentisse mal e acordasse, quem o socorreria e que apoio teria naquele momento crucial e de aflição? Teria de ficar 30 minutos à espera para que os pais aparecessem, conforme eles afirmaram? É assim que se tratam os filhos com menos de 4 anos?
As noções de psicologia sobre desenvolvimento humano e educação obtidas dos mestres ingleses e americanos não preconizam procedimentos semelhantes e até os nossos parentes «irracionais» eram capazes de não proceder assim. As séries do National Geographic bem
demonstram o contrário!

No fim de tudo isto, o que posso fazer é apenas uma «atribuição», baseado pelo menos nestes dados que acabo de indicar, de que parece existir da parte dos pais da criança uma predisposição para que a assunto não fique deslindado. Também posso admitir que se está a utilizar, de vez em quando, a técnica do «reforço do comportamento incompatível» para desviar as atenções para assuntos que são totalmente alheios à descoberta da verdade.
Foi assim (desviando a atenção) que roubaram a carteira do bolso direito do meu casaco numa viagem de Metro, entre Arroios e Intendente, quando um senhor muito simpático me pedia desculpas por ter embatido, sem querer no meu ombro esquerdo.
Como psicólogo, não consigo dar outra resposta, embora, como cidadão, possa suspeitar que existe algum jogo escondido atrás de tudo isto, tal como as actuais fraudes bancárias. São todos inocentes e acima de qualquer suspeita.

Em 2018, já existe na colecção da Biblioterapia o 18º livro «PSICOTERAPIA… através de LIVROS…» (R), destinado a orientar os interessados para a leitura e consulta adequada de livros, desde que desejem
enveredar por uma psicoterapia, acções de psicopedadogia, de interacção social e de desenvolvimento pessoal, autonomamente ou com pouca ajuda de especialistas.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente, assim é mas seria bom que não fosse.
Que mundo vamos construir com os nossos disparates?